A Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto
Douro (ULSTMAD) está a aplicar desde novembro de 2024, uma nova abordagem
minimamente invasiva no tratamento de hérnias inguinais, baseada na cirurgia
laparoscópica.
Trinta doentes já foram submetidos a esta abordagem
“reconhecida e recomendada pelas sociedades cirúrgicas internacionais por
apresentar inúmeras vantagens para os doentes, entre as quais menor dor
pós-operatório, menor risco de dor crónica e recuperação mais rápida”,
disse a Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Segundo o Diretor do Serviço de Cirurgia Geral da
ULSTMAD, António Pinto Sousa, “trata-se de uma técnica minimamente invasiva,
sem a incisão típica da cirurgia clássica, o que permite menor risco de lesão
dos nervos e uma recuperação consideravelmente mais rápida”.
O responsável realça ainda, citado em comunicado, que
este método “diminui a incidência de complicações pós-operatórias, em
especial a dor crónica, que afeta a qualidade de vida dos doentes”.
Esta nova técnica laparoscópica está a ser
realizada, preferencialmente, na Unidade Hospitalar de Lamego, em regime de ambulatório.
“Grande parte dos doentes pode ser operada em ambulatório e retornar
rapidamente à vida normal. Para os casos que requerem cuidados mais complexos,
como doentes com problemas cardíacos ou outras comorbilidades, o internamento é
efetuado na Unidade Hospitalar de Vila Real”, esclarece o Diretor de
Serviço de Cirurgia.
Para esta Unidade Local de Saúde, a nova técnica
revela-se “especialmente vantajosa” em doentes com recidiva de hérnia
inguinal após cirurgia convencional. “Quando existem próteses/redes de
cirurgia clássicas anteriores a abordagem por via laparoscópica facilita a
re-operação e minimiza os riscos de complicações”, explica João Carvas,
médico especialista em Cirurgia, através de um comunicado.
A equipa envolvida nestas cirurgias é composta por
dois cirurgiões para além da restante equipa de anestesia e enfermagem. “A
técnica tem uma curva de aprendizagem exigente na sua fase inicial. Após esta
fase os tempos vão-se aproximando aos da cirurgia clássica”, acrescenta o
médico especialista em Cirurgia, Leandro Lajut.
De acordo com a Diretora do Centro Integrado de
Cirurgia de Ambulatório (CICA), “esta diferenciação representa uma
mais-valia para os doentes, sobretudo nas hérnias inguinais comuns ou mais
complexas, evitando deslocações para outros hospitais. Os profissionais estão
preparados e com experiência para atender os casos de maior complexidade”.
Para o futuro, o CICA deseja “tratar mais doentes em ambulatório e expandir
a aplicação de técnicas minimamente invasivas, reservando a cirurgia
convencional em regime de internamento para doentes com contraindicações
formais, que não possam ser operados com recurso a estas novas técnicas”,
refere Lúcia Marinho do Centro Integrado de Cirurgia de Ambulatório.
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