Resinagem é motor de desenvolvimento em Vila Pouca de Aguiar
Em alguns baldios da freguesia Tresminas, no concelho de Vila Pouca de Aguiar, desde 2012 que existe um modelo de valorização do pinhal com foco na resinagem, onde trabalham de forma permanente oito pessoas e onde são geridos 200 hectares de pinheiro-bravo.
Há cerca de 13 anos que a resina
dá emprego e contribuiu para a preservação da floresta em Vila Pouca de Aguiar.
Desde que foi implementado um modelo de valorização do pinhal com foco na
resinagem, foram criados oito postos de trabalho e geridos 200 hectares de pinheiro-bravo,
disse a Associação Florestal e Ambiental de Vila Pouca de Aguiar (AguiarFloresta).
Este modelo está a ser aplicado
em baldios da freguesia de Tresminas e segundo a AguiarFloresta “é
seguramente, uma das poucas opções viáveis de aproveitamento dos recursos
endógenos potenciando a valorização e diversificação dos recursos florestais e
sustentabilidade da sua gestão ativa, diminuindo a área da unidade mínima de
gestão para a viabilização da atividade florestal, diversificando e aumentando
as fontes de rendimento e, muito relevante, diminuindo a exposição do pinhal ao
risco de incêndio, substituindo a necessidade de investimentos não produtivos
para a sua proteção, com aumento de eficiência da gestão e exploração florestal”,
apontou esta Associação Florestal e Ambiental.
O sistema, construído com os
proprietários e gestores de baldios, a Associação Florestal AguiarFloresta,
empresas de resinagem e população local, conjuga a gestão e exploração de
recursos da madeira com a exploração de recursos florestais não lenhosos, com
foco na exploração da resina.
O desenvolvimento destas
atividades florestais e a inerente criação de postos de trabalho “também
contribuem para a melhoria da perceção da importância da floresta e da sua
proteção pelas comunidades e entidades locais”, lê-se ainda na nota enviada
pela AguiarFloresta.
A Associação Florestal e
Ambiental de Vila Pouca de Aguiar refere que os resineiros e demais atores
florestais, “com o seu conhecimento desses espaços, munidos com os devidos
materiais e equipamentos, a formação adequada e devida integração nos
dispositivos municipais de gestão integrada de fogos rurais, podem, claramente
contribuir para a realização de ações de prevenção estrutural, de vigilância e
deteção de fogos” (…) e “colaborarem com o dispositivo em primeiras
intervenções e vigilância de rescaldos a incêndios florestais”.
Esta associação explica que o
projeto Academia dos Resineiros será concretizado neste território e resulta
também “da dinâmica de sucesso” criada com este modelo colaborativo fundado
desde 2012 nesta freguesia do concelho de Vila Pouca de Aguiar. Segundo a
AguiarFloresta, este modelo deve ser estendido a outras zonas, um “desafio
de todas as entidades envolvidas, e em particular da RESIPINUS - Associação de
Destiladores e Exploradores de Resina”.
Para a AguiarFloresta, a
resinagem “não pode continuar a ser executada como atividade isolada sem
qualquer integração na valorização de outros produtos florestais, na gestão
florestal ou na proteção dos povoamentos”, sob pena de conduzir “a uma
sazonalidade no emprego, que anualmente se interrompe e recomeça de acordo com
a campanha de resina, e ao subaproveitamento de presença e conhecimentos dos
seus praticantes/resineiros”.
“Estamos convictos que a
resina tem um papel decisivo para a sustentabilidade económica, social e
ambiental do pinheiro-bravo na região e em Portugal”.
O Pinheiro-bravo é uma espécie
autóctone com uma presença marcante na paisagem, que faz parte da história e é
património natural do país.
Foto: AguiarFloresta
22/04/2025
Sociedade
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