Concurso Internacional de Saltos com recorde de participantes e grande adesão do público
O Concurso Internacional de Saltos (CSI) decorreu nos dias 06, 07 e 08 de junho, no Centro Hípico de Pedras Salgadas, na freguesia de Bornes de Aguiar, e contou com 170 participantes de oito países diferentes. O vencedor do concurso foi António Matos Almeida, tal como na edição de 2024. O recinto encheu-se, na noite do dia 07, para o Espetáculo Equestre de Miguel Fonseca, que congregou música tocada em piano de cauda, dança, luzes e fogo.
Mais uma edição do CSI que soma
para os quase 100 anos da existência deste evento equestre que iniciou no ano
de 1929, com provas equestres de salto de obstáculos. A edição de 2025 bateu um
recorde na sua história, uma vez que reuniu 170 cavaleiros oriundos de oito
países diferentes. António Matos Almeida subiu ao primeiro lugar do pódio
(41’22), cujo prémio foi entregue por Ana Rita Dias, Presidente da Câmara
Municipal de Vila Pouca de Aguiar, seguido de perto por João Duarte Silva
(43’02) e finalizando com Mário Prieto (51’59). Recorde-se que o prémio do
vencedor do CSI envolve a quantia de 28.200 euros.
“Pedras Salgadas, um ponto de excelência a nível do turismo”
Para Ana Rita Dias, o concurso de
saltos é uma marca de Pedras Salgadas e de Vila Pouca de Aguiar, com a tradição
do cavalo já enraizada no concelho, e que traz pessoas ao território.
“Recebermos o concurso de saltos internacional de duas estrelas é muito
importante para marcarmos esta posição a nível dos concursos equestres e também
a nível do turismo no nosso concelho”.
O facto de o alojamento local ter
tido “reservas consideráveis” ajuda na fixação dos turistas no território. “É um
evento que marca, que traz pessoas, e que ajuda a economia local a funcionar. Porque
não funcionam só os hotéis ou os alojamentos, funciona tudo o que gira à volta
deste concurso, nomeadamente, a restauração, as visitas ao nosso património
cultural, como o Castelo de Aguiar, Tresminas, a Lagoa do Alvão, ou seja, tudo
aquilo que nós conseguimos oferecer”. Menciona ainda o papel fundamental do
Posto de Turismo de Pedras Salgadas que acaba por ter esta mesma missão.
Protocolo com Associação Municípios do Cavalo
Com o intuito de reforçar a
valência do turismo equestre, foi este ano assinada, no dia 30 de abril, a
escritura e constituição da Associação de Municípios Portugueses do Cavalo (AMPC),
no Museu Nacional dos Coches em Lisboa. Vila Pouca de Aguiar é um dos 18
municípios que integram a AMPC.
“É de extrema importância para
nós marcarmos presença nesta associação. Não só porque o próprio nome já indica
que somos um destino que tem a tradição do cavalo, com os saltos, a corrida de
cavalos e a corrida de passo travado, mas também trabalhar em rede com outros
municípios a nível nacional que promovam o cavalo como uma oferta turística, nomeadamente
a Golegã e Ponte de Lima”. Frisa ainda que o Município, ao estar inserido nesta
rede de municípios com a tradição do cavalo, pretende marcar a posição de ser
“uma das melhores referências a nível nacional, no que diz respeito a este tipo
de turismo e de desporto”.
O Centro Hípico de Pedras Salgadas
tem várias atividades durante o ano e existem ainda duas associações, a Associação
Pedras Equestre e o Clube Equestre das Romanas, que “estão a trabalhar em prol
do desporto equestre e das competições” e que irá ajudar a “alavancar esta
competição a nível local, não só no passo travado, que é o tradicional, mas
também no concurso de saltos ou outros concursos a nível nacional e
internacional”.
“Os cavaleiros adoram saltar nas Pedras Salgadas, pela carga histórica
que tem, e por toda a envolvência com a bancada”
Filipe Pimenta faz parte da
organização do CSI e refere que o recorde de 170 participantes se deveu às
condições climatéricas favoráveis que, afirma, “são importantíssimas para a
prática da modalidade ao ar livre”. Relembra que “não dá para ter muito mais
num concurso internacional de duas estrelas, mas é o ano com mais cavalos
presentes, o é que é muito bom”, acrescentando que foi um sucesso.
“Os cavaleiros adoram saltar nas
Pedras Salgadas, pela carga histórica que tem, e por toda a envolvência com a
bancada e o público, e é uma experiência saltar”, explica Filipe Pimenta que
acrescenta que a “história que este concurso tem, vai quase com cem anos, que é
realmente dos mais antigos do país e, sem dúvida, é uma grande referência
nacional e internacional”.
A evolução do CSI
O responsável pela realização do
CSI clarifica que a “qualidade do recinto é muito importante” e que a equitação
e o desporto equestre, nas diversas modalidades, evoluíram bastante. “Hoje é um
desporto muito exigente, quer a nível de cavalos, cavaleiros, pisos,
veterinária (…) e neste momento temos aqui um concurso que é uma referência”.
Salienta a pista relvada e a
“envolvente de natureza” que circunda o espaço, e a bancada como uma imagem de
marca que, apesar de ter sido remodelada, “nos leva outra vez para as origens”.
Filipe Pimenta relembra que as pessoas sabem que “estão a saltar num sítio em
que já saltaram estrelas da altura, em que os cavalos vinham de comboios e tudo
isso era uma logística gigante para se conseguir organizar este concurso e,
portanto, tem uma carga emocional acrescida”. Atualmente é considerada a melhor
pista relvada do país, disse Filipe Pimenta, “seja pelas dimensões, seja pela
qualidade do piso, e toda a estrutura que foi criada, com o apoio às boxes e à
parte dos camiões”. Desta forma, acredita que estão reunidos os condimentos
para, no futuro, serem ainda mais uma referência. “Pretendemos dignificar toda
a história, transportando-a para os dias de hoje”.
Na sua opinião, “os cavaleiros
virem saltar a Pedras Salgadas transforma-se numa experiência, e é, sem dúvida,
muito importante porque marca a diferença dos outros sítios”.
Espetáculo Equestre com Miguel Fonseca
Nos últimos anos, a organização
do CSI faz questão de ressalvar o Cavalo Lusitano que, sendo uma marca
portuguesa, tem vindo a ser criado em dezenas de países em todo o mundo, tendo
sido considerada, há cerca de um ano, Património Imaterial da UNESCO (Organização
das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), frisa Filipe Pimenta.
Neste sentido, foi na noite do
dia 07 de junho que a equipa de Miguel Fonseca, com forte ligação ao Cavalo
Lusitano, atuou. “Certamente que irá ficar na memória de todos, porque nos
últimos anos assim tem sido, uma grande enchente nas bancadas para ver o
espetáculo, pois é também um espetáculo de som e luz”.
Realizado pela terceira vez, o
espetáculo equestre veio com o objetivo de criar momentos de convívio entre os
visitantes e os participantes do concurso uma vez que as atividades se
realizavam todas durante o dia. Para tal, diz Filipe Pimenta, também contaram
com a colaboração dos organizadores do Festival Pedras Sounds que, além de um sunset, animaram os presentes, com música,
após o espetáculo noturno.
“É muito importante haver
momentos de relaxamento e de lazer com os cavaleiros, com as famílias, com os
visitantes (…) e é, sem dúvida, muito bonito, e enche os corações das pessoas
de toda a região e julgo que é uma aposta para continuar”.
A Freguesia de Bornes de Aguiar “gera saudade”
Com todo este cenário, Rogério
Martins, Presidente da Junta de Freguesia de Bornes de Aguiar, à qual pertence
a vila termal de Pedras Salgadas, afirma que “a freguesia gera saudade, e
quando se gera saudade, cria-se uma relação, e as pessoas voltam porque nos
levam no coração”.
No seu entender, os eventos estão
geralmente relacionados com a “sócio-economia e tentam incrementar e potenciar
todas as estruturas que daí advêm”. Rogério Martins reforça que o concurso tem
uma “tradição enorme, mas já é intergeracional” com gerações de famílias a
confluírem a Pedras Salgadas.
Em modo de conclusão, o
Presidente de Bornes de Aguiar considera que “ao sermos humildes, nós devemos
exaltar o que temos, porque é uma obrigação, não é uma vaidade. E associar a
obrigação à humildade, significa que nós podemos potenciar o que temos, e
acreditar que temos que ter uma visão estratégica para potenciar o território
do nosso concelho”.
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